No último sábado dia 22 de novembro, foi realizado na cidade de Itanhaém o primeiro Brevet 200, organizado pelo Randonneurs Litoral e eu não poderia estar de fora deste grande evento, não só para a organização, mas também por minha cidade estar fazendo parte do cenário nacional do ciclismo de longa distância.
Nos dias que antecederam a prova eu estava bastante ansioso e em dúvida se conseguiria completar esta prova dentro do tempo estipulado (13 horas e 30 minutos), estava a 3 meses sem pedalar longas distâncias devido a mais uma inflamação na patela (joelho), mas em compensação o psicológico estava em dia (na minha opinião, não somente o físico tem que estar em dia para provas de longa distância, mas o psicológico também).
Acordei cedo, tomei o café da manhã e parti em direção ao morro do Paranambuco, local onde saria a vistoria e em seguida a largada, no meio do trajeto já encontrei outros ciclistas que estavam indo participar da prova, o papo foi bastante descontraído, o nosso maior receio era que chovesse forte, pois no dia anterior foi anunciado que viria uma frente fria que para variar erraram na previsão.....
Foto 01: Fila da vistoria antes da largada
Ao chegar no local da largada encontramos nossos amigos da organização, Vinícius Silva, Rodrigo Morenno, Leandro Oliveira, Marco Brandão, Paulo Moraes e outros que conheci no dia.
Foto 02: Já estava chegando a minha vez de fazer a vistoria.
Depois de feita a vistoria percebi que a ansiedade já estava tomando conta, em seguida começou o briefing feito pelo Vinicius com as dicas e considerações sobre o trajeto.
As 07:30 foi dada a largada, a estratégia adotada era pensar somente no trajeto até o primeiro PC e foi assim que segui, pedalando ao lado dos amigos Thiago Seabra e Eduardo Massarenti seguimos em nosso ritmo e batendo um papo descontraído, quando estávamos próximos a Anadias o Thiago e o Eduardo decidiram fazer uma parada rápida, eu decidi continuar e daí por diante acabei pedalando sozinho por 170 km até o fim da prova.
Foto 03: Rodoviária de Pedro de Toledo (PC 1)
No PC 1, cheguei bem, o tempo estava ajudando bastante e o sol não estava forte, parei apenas para carimbar o passaporte, encher as garrafinhas e segui em diante, não gosto muito de ficar parado para não esfriar o corpo, logo estava novamente na estrada e desta vez tinha que enfrentar a serrinha de Toledo, já passei algumas vezes por lá, mas estava com receio desta vez por causa do joelho, joguei na marcha leve e segui com paciência sem forçar demais, após mais este obstáculo vencido já estava na BR 116, o movimento era intenso de caminhões e carros devido ao feriado prolongado, na BR 116 todo cuidado é pouco, faltavam cerca de 25 km para finalizar mais uma etapa, chegar a cidade de Juquiá, estava tranquilo, pedalando com média de 24km/h, mas dessa vez o mormaço estava forte, logo a frente faltando 10km ameaçou uma chuvinha que até deu uma refrescada, pedalando sozinho acabei me distraindo e quase passei a entrada de Juquiá, quando ouvi um grito vindo de trás que me avisou que alí era a entrada da cidade. entramos juntos e fomos até o PC 2.
Foto 04: Portal da cidade de Juquiá
Depois de chegar, carimbei o passaporte e fui almoçar, precisava me alimentar para poder voltar e finalizar a prova. Almoçei, arroz, feijão, uma coxa de frango e uma linguiça, após almoçar, enchi novamente as garrafinhas e segui o percurso de volta, não tinha nem saído da cidade de Juquiá, quando percebi que o freio traseiro da bicicleta estava pegando na roda e segurando bastante, parei a bicicleta e pude ver que a roda estava com um jogo absurdo e eu não tinha ferramentas necessárias para apertar o cubo, decidi então tirar o freio traseiro e vir apenas com o dianteiro. a vontade de terminar a prova era tão grande que estava pedalando tranquilamente e assim foram os 30 km da BR116.
Saindo da BR entrei na Padre Manoel da Nóbrega lembrei-me que tinha que subir novamente a serra de Toledo e desta vez, teria que descer somente com o freio dianteiro, mas faltavam apenas 15 km para o PC 3, na descida tudo bem, com bastante cautela consegui descer sem sustos e logo estava novamente na cidade de Pedro de Toledo, foi então que lembrei que tinha uma bicicletaria aberta e poderia apertar o cubo traseiro da bike e voltar a ter freios, porém para a minha surpresa quando cheguei na bicicletaria o rapaz que estava na frente não quis me atender dizendo que já estaria fechando, fazer o que, tive que torcer para a bike aguentar até o fim da prova e sem freio......carimbei o passaporte com o amigo Leandro, peguei a milagrosa pastilha SUUM que ajudou bastante na hidratação e segui de volta para Itanhaém, faltavam apenas 50km e eu estava me sentindo muito bem, no decorrer do percurso a água foi acabando e quando chegou no bairro do Gaivota já em Itanhaém, parei, enchi novamente as garrafas e segui para finalizar os últimos 10 km.....na chegada fui cumprimentado pelos amigos de pedal e pela minha futura esposa que me acompanhou durante o trajeto todo através de mensagens de incentivo.
Foto 05: Chegada em Itanhaém - Brevet 200
Foto 06: Medalha e certificado na mão.
Conclusão: Mesmo estando a um bom tempo sem pedalar pude perceber que a força de vontade influencia bastante em nossos resultados......e como diz a frase dos amigos de pedal Cicloturita: A DISTÂNCIA NÃO É MAIOR DO QUE A VONTADE DE CHEGAR.
Um agradecimento especial os colaboradores que me incentivaram neste Brevet.
Show de relato, que venham os próximos!
ResponderExcluirParabéns Marcelão!!! Você merece! nos vemos em outros brevets!
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