O que é o PETAR: O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira é considerado uma das unidades de conservação mais importantes do mundo. Abriga a maior porção de Mata Atlântica preservada no Brasil e mais de 300 cavernas. É considerado hoje um patrimônio da humanidade, reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Com saía prevista para as 09:00 hr do dia 17/04/2014, nosso intuito era aproveitar da melhor forma o feriado e sem pressa.
Nossas bikes estavam carregadas com: roupas, fogareiro, comida, barraca, saco de dormir, isolante térmico, ferramentas, câmara reserva e itens de higiene pessoal, totalizando em torno de 40km de bagagem.
Foto 01: Saída, posto BR - Belas Artes
Na semana que antecedeu nossa viagem e até no dia anterior o tempo estava fechado e chovendo bastante, porém no dia que saímos o tempo abriu em um sol quente apareceu para nos agraciar.
Seguimos então pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega sentido BR 116, nossa primeira parada seria para almoçar com 80 km pedalados, porém como o sol aumentou acabamos fazendo uma parada apenas para encher nossas caramanholas e dar uma esticada nas pernas, em seguida continuamos nossa trip, após alguns km pedalando chegamos ao local onde almoçaríamos.
Foto 02: Descansada básica após o almoço.
Após um excelente almoço, com grande variedade de nutrientes, decidimos descansar um pouco pois nosso amigo e companheiro de pedal Marcelo Iberê não estava se sentindo muito bem. A parada não foi muito loga, logo voltamos a estrada, como decidimos no caminho que nossa primeira noite seria na cidade de Registro, não precisávamos nos apressar demais pois logo chegaríamos no nosso destino.
Depois de uma boa noite de descanso já estávamos prontos para seguir, saímos do Hotel Litoral as 08:00 hr, não sabíamos se iríamos direto para o PETAR ou se dormiríamos na cidade de Iporanga que fica a 13 km do Parque.
Diferente do dia anterior, nosso segundo dia de viagem amanheceu com uma forte neblina e com um pouco de frio, mas dando sinal de que mais tarde o tempo abriria e esquentaria bastante, logo de cara já fizemos um vídeo para registramos nossa saída.
Com o acostamento em excelentes condições na BR 116 e após 35 km pedalados chegamos a cidade de Jacupiranga, onde tomamos nosso café da manha, fizemos novas amizades e recebemos várias dicas, tanto sobre o parque que iríamos visitar, quanto a estrada que iríamos pedalar em diante.
Após aproximadamente 30 km pedalados (distância entre as cidades de Jacupiranga e Eldorado) enfim chegamos, cidade onde procuraríamos um lugar para almoçarmos e em seguida coltarmos a estrada pois teríamos que chegar ainda hoje no destino final para podermos aproveitar as cavernas.
Acima podemos ver o portal da cidade de Eldorado, município este que é muito visitado por turistas de todos os lugares do Brasil e do mundo por abrigar a Caverna do Diabo, mas dessa caverna falarei depois.
Após passarmos pelo portal, paramos em um Centro de Informações Turísticas, onde fomos muito bem recebidos e pudemos pegar folhetos com matérias dos pontos turisticos e mapas da região.
Em busca de um lugar para almoçar, encontramos o Eliseu (funcionário do Departamento de Turismo da Prefeitura de Eldorado) que nos indicou o restaurante Beta´s, com uma excelente comida caseira e um ótimo atendimento, almoçamos, conversamos com moradores, nos sentimos em casa, pois fomos muito bem recebidos. Uma pena não podermos ficar mais, pois tinhamos ainda 80 km pela frente com muitas subidas (segundo os moradores).
A vista é maravilhosa, a estrada sem acostamento, porém na maioria do trajeto entre as cidades de Eldorado e Iporanga era ao lado deste rio lindo com paisagens magníficas, subidas cansativas, porém o visual compensava.
Em uma de nossas paradas para abastecer nossas garrafas d'água, ir ao banheiro e dar uma esticada nas pernas, conhecemos esse casal de motoqueiros de Joinville/SC que fazem parte do grupo Guri Velho, informações e experiências trocadas, já estava na hora de voltamos novamente a estrada e assim foi, seguimos em frente, pois faltavam apenas 33 km para a cidade de Iporanga, porém 33 km de muitas subidas.
Apos 33 km de muitas subidas chegamos a cidade de Iporanga, porém como era feriado, 90% dos comércios estavam fechados, precisávamos nos alimentar e decidir se lá dormiríamos ou se seguiríamos mais 13 km em estrada de barro com mais subidas e como estava anoitecendo e a estrada não tinha iluminação nenhuma, tornava mais perigoso.
Acabamos encontrando uma lanchonete para jantarmos e em decisão conjunta chegamos a conclusão que era melhor continuarmos mesmo no escuro para já amanhecermos no parque e podermos aproveitar mais os passeios. Seguimos em frente pela estrada de chão, faltando pouco mais de 4 km, o pneu da bicicleta do nosso amigo Marcelo Ibere furou, paramos para trocar a câmara, por uma infelicidade e por estar muito escuro ele acabou perdendo a porca da blocagem o que nos impediria de continuar com a roda solta, acabamos buscando outros recursos para tentar arrumar a bike e achamos na garupa uma porca que servia exatamente na blocagem, adaptamos uma arruela no garfo e seguimos em frente.
Logo que chegamos na cidade de Iporanga o Pacato foi pedir informação a um rapaz e acabamos fechando a pernoite na Pousada da Thamy, seria somente para dormir aquela noite pois no dia seguinte sairíamos logo cedo para nossas aventuras, desta vez sem a bike.
Logo cedo já estávamos prontos e seguindo para o caminho das cavernas, seria um dia cheio de aventuras, tanto nas cavernas, quanto cachoeiras e boiacross.
Já na Agência Parque Aventuras cujo proprietário é o Sr. Jurandir e nosso guia foi seu filho Hudson, estávamos em apenas 3 pessoas e teríamos que nos juntar com outros integrantes para realizarmos os passeios, encontramos estes dois casais de Campinas, Alex, Flavia, Marina e Dirson, pessoas muito legais que nos acompanharam em todas as nossas atividades do dia.
Na cachoeira sem fim, junto com o Marcelo Iberê e Aleksandro Stankevicius (Pacato), lugar maravilhoso que chegamos por uma trilha bem legal.
Entre uma atividade e outra, hora do lanche, aproveitamos e fomos provar um delicioso pastel de carne seca.
Caverna do Ouro Grosso, para entrar nesta caverna é necessário sujar a roupa literalmente, se arrastar, agachar, superar obstáculos, adrenalina total.
Para finalizar eu e Marcelo Iberê, fizemos o boiacross, descida da corredeira no rio em cima de uma boia que é feita com câmara de ar de caminhão.
Após um longo dia de atividades, hora de descansar, encontramos um Camping/Pousada Idati, onde passamos a noite e conhecemos pessoas e fizemos novas amizades.
Estava na hora de começarmos a voltar, no nosso retorno passaríamos pela Caverna do Diabo em Eldorado, então para chegarmos lá seriam 50 km de pedal nas serrinhas da região, conclusão....mais subidas pela frente.
Sabíamos que quando chegássemos a estrada principal próximo a Caverna do Diabo, teriamos mais 5 km em uma estrada secundária até lá, porém o que nos pegou de surpresa, foi que estes 5 km seriam de pura subida, e bem íngreme por sinal, como uma serra, mas devagar, na marcha mais leve e com muita paciência subimos e logo estávamos na Caverna.
Enfim chegamos ao topo da serra, exaustos, forte subida que no meio começou a chover e como estava com pneus lisos tornou muito escorregadio.
Fotos tiradas no interior da Caverna do Diabo:
Desde sua descoberta, há mais de 50 anos, sua história é povoada pelas mais incríveis lendas. Justamente por isso, a Caverna do Diabo é um lugar que merece ser visitado pessoalmente.
A entrada da caverna fica a 500 metros de altitude e, lá dentro, o cenário é surpreendente. Curiosas estalactites, estalagmites, cortinas de pedras e cascatas de calcita intrigam especialistas e turistas que tentam desvendar os mistérios do lugar. As estalactites se formaram com a penetração da água no solo e, posteriormente, na camada de calcário, até atingir o teto da caverna. As estalagmites se elevam do solo, numa proporção estimada em um centímetro cúbico a cada 10 anos, o que justifica a preocupação dos guias e guardas da caverna com a degradação de seu interior.
Fonte: wikipedia
Após a visita da Caverna do Diabo, estava na hora de voltarmos e nossa próxima parada seria na cidade de Eldorado, nos indicaram ao Hotel Eldorado e fomos recebidos pelo amigo Samuel que nos fez um descontinho....rs e pudemos passar a noite e descansarmos para no ultimo dia de viagem pedalarmos 180 km direto para Itanhaém.
Excelente café da manha na companhia de Marcelo Ibere e Aleksandro Stankevícius (Pacato), o que deu sustância para pedalarmos os 180 km restantes e chegarmos em Itanhaém bem.
Gostaria de agradecer mais uma vez ao Pacato e Ibere por sempre terem me incentivado ao cicloturismo, esta viagem foi uma das que ficarão marcadas tanto pelos passeios, quanto pelas risadas e trapalhadas, um grande abraço também ao Marco Brandão, um dos meus incentivadores, que me emprestou o saco estanque e infelizmente não pode ir nessa viagem, mas em outras estaremos juntos. E a minha família que apesar de apreensiva sempre me incentivam a prática do esporte.